Carnaval da pequena, porém maravilhosa Natal
Um carnaval multicultural. Realmente foi isso que a prefeitura se propôs a oferecer aos foliões e conseguiu cumprir. Em todos os pólos espalhados pela cidade, os potiguares brincaram e curtiram diferentes ritmos, do axé eletrizante a nostalgia das marchinhas. Tudo muito organizado, de acordo com o contexto e blocos de cada bairro.
Em razão do conhecimento de causa, tenho que dar destaque especial ao bloco “poetas, carecas, bruxas e lobisomens”, que percorreu o bairro de Ponta Negra, embalando moradores e turistas ao som das bandas de frevo. De início,
Khrystal esquentou o pessoal com o seu magnetizante “heavy coco” e com a energia já conhecida pelos fãs tocou seu repertório, embalado de xote, frevo, maracatu e mpb nordestina. A folia do momo da praia mais famosa de Natal também teve espaço para quem queria manifestar sua indignação com a construção dos espigões na Vila de Ponta Negra.
Nos outros dias, as praias do litoral de norte a sul ferveram, os paredões saculejaram gente, mas o carnaval tradicional de rua e a salada de bons artistas tocando música boa estava aqui, na pequena Natal.
O carnaval passou e ficamos “sem”, como diz Khrystal:
“sem saudade, sem alguém
sem agora, sem passado
sem presente, sem futuro
sem memória
só www.sem
só www.sem
sem sim, sem não
sem baião, nem de dois
sem tom, sem som
sem batom, sem cachaça
sem graça, sem dó, sem pó, sem pirraça”